Tudo bem com todo mundo?
A minha irmã, Paula, que sempre contribui com ideias interessantes e receitas deliciosas para este blog, mandou uma nova deliciosa sugestão: o barreado.
O barreado é uma receita tipicamente paranaense (prova de que ela foi influenciada, quando viveu aqui por estas bandas).
O prato, cuja história remonta a mais de 300 anos e está relacionada à colonização portuguesa no litoral do Estado do Paraná, consiste, tradicionalmente, em carne cozida por aproximadamente 20 horas em panela de barro, vedada com uma mistura de farinha de mandioca, e servida com arroz, farinha de mandioca (tipo da água) e banana.
Dá pra ver que o negócio é meio complicado...
Mas, com algumas adaptações para a vida moderna, que foram testadas e experimentadas ao longo do tempo, a Paula conseguiu desenvolver uma receita de barreado que é bastante prática de se fazer.
E eu, que já experimentei esta receita preparada pela própria Paula, posso garantir que fica uma delícia!
Seguem todos os detalhes e considerações, segundo as palavras da própria mestre cuca da ocasião:
A segunda explicação importante é que o melhor barreado que eu já comi foi em Morretes, no Paraná. Por isso, se você puder, vá para Curitiba, programe-se para fazer o passeio de trem pela Serra da Graciosa, que é lindo (http://serraverdeexpress.com.br/serra/destinos), com uma parada em Morretes para comer o barreado de lá...
Ingredientes:
- 600 g de carne em cubos (paleta)
- 2 cebolas pequenas em rodelas
- 1 tomate picado
- 2 gomos de linguiça fresca em rodelas (procure uma firme, para conseguir cortar as rodelas)*
- bacon em fatias
- pasta de alho (ou 2 dentes de alho picados)
- 50 ml de vinagre
- 1 cubinho de caldo de carne esfarelado
- sal, pimenta do reino e cominho
- água
Modo de Fazer:
Tempere a carne em cubos com sal (pouco, já que também vamos usar o caldo de carne), pimenta do reino e cominho.
Em uma panela de pressão, unte o fundo com um pouco de azeite e disponha as fatias de bacon, quase que cobrindo o fundo da panela. Inicie a montagem organizando metade da linguiça e algumas rodelas de cebola.
Acrescente metade da carne e por cima coloque as rodelas de 1 cebola, metade do tomate, espalhe metade do caldo de carne e um pouco da pasta de alho.
Inicie outra camada colocando o restante da linguiça, da carne, da cebola, do tomate e do caldo de carne.
Para finalizar, acrescente o vinagre (que vai ajudar a amolecer a carne) e cubra com água até 3 dedos acima.
Tampe a panela de pressão e leve ao fogo alto até pegar pressão, após, deixe no fogo médio e espere cozinhar por cerca de 2 horas.
Ao final, a carne deve estar desmanchando e terá sobrado molho.
Eu costumo abrir ao final da primeira hora, para garantir que a água não secou de mais (se preciso, complete com mais água). Você pode aproveitar esta oportunidade para retirar delicadamente com uma concha se houver algum excesso de gordura por cima.
Se tiver banana e um vinagrete, completa-se mais ainda o prato!
* eu usei 1 paio, pois era o que tinha fácil na geladeira rs"
Ainda hoje é possível degustar o barreado nas cidades paranaenses de Morretes, Antonina e Paranaguá (em Morretes, aliás, em vários restaurantes do centro, em ciminha do belo rio que corta a cidade). Mas preparar a receita em casa pode ser bastante interessante, também.
Esperamos que vocês, que estão espalhados por tudo que é canto (nesses poucos meses, já tivemos visitas a partir de mais de 10 países) experimentem a receita, e sintam um pouquinho do sabor típico do Paraná, onde quer que estejam.
Mandem, os seus comentários, críticas e sugestões.
Aproveitem e mandem também as suas próprias contribuições, inclusive as típicas e próprias de suas regiões. Sei que há pratos deliciosos peculiares de cada pedacinho de mundo, e que, uma vez bem explicados por alguém que realmente conhece o espírito da coisa, podemos todos nos envolver em deliciosas viagens gastronômicas. Ou seja: contamos com cada um de vocês para isto (e aproveitamos para renovar nossos agradecimentos ao Chico Lobo, pela sua receita de lombo ao vinho; à Suéli Costa, pelo macarrão alla carbonara; ao Nelson, meu pai, pelo pão italiano; e à Paula, minha irmã, pelas várias receitas que ela já mandou, inclusive este interessantíssimo barreado).
É isso aí, pessoal.
Um abração e inté,
Thiago "Virgulino"
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